A pandemia lhe deixou longe de Salvador e dos principais destinos turísticos do Estado, mas foi só para dar água na boca. Logo ela vai embora e temos um roteiro gastronômico especial para você.
Para quem está em Salvador de férias ou não se preocupa em cumprir aquela agenda formal dos guias de turismos, a cidade oferece roteiros gastronômicos atípicos, mas sem perder a qualidade da sua gastronomia, que mistura ingredientes da cultura indígena, africana e portuguesa, dando um toque especial aos pratos, a chamada “comida baiana”.
Para “garimpar” esses locais, é preciso se despir do formalismo e estar dispostos a sair do roteiro tradicional do centro histórico da cidade ou da sua orla marítima e se dirigir ao outro lado da cidade, na Região do Subúrbio Ferroviário. Lá, num cenário em que se mistura um pouco da própria história do Brasil – foi ali, nas praias e enseadas tranquilas do interior da Baía de Todos os Santos que aportaram portugueses, holandeses e até franceses – que estão alguns dos “points” do camarão e do pescado que em nada, em termos de culinária típica, ficam a dever aos mais requintados restaurantes da capital baiana.
Pratos fartos, cuja porção dá para duas ou três pessoas, somados à rusticidade do ambiente, mas higiênico e aconchegante, onde o próprio chefe de cozinha vem à mesa falar dos pratos que oferece, dão aos restaurantes localizados na região do Subúrbio Ferroviário de Salvador um cenário totalmente diferente daquilo que se costuma mostrar nos cartões postais de Salvador, mas com a sua inigualável marca de baianidade.
Boca de Galinha – Ele é rústico e o pioneiro na arte da culinária baiana na região. Está localizado no alto da Estação Ferroviária Almeida Brandão, no bairro de Plataforma, e do seu terraço, onde funciona o restaurante, dá para se ver toda a Baía de Todos os Santos.
Para quem vai ao local, pode –se ir de carro, pela Avenida Suburbana e depois seguir em direção à estação de trem de Plataforma. Mas para os amantes de aventura, vale a pena seguir até o fim de linha da Ribeira, na Península de Itapagipe, Cidade Baixa, e de lá fazer a travessia lancha, por 10 minutos, até Plataforma. A vista da cidade, com seus contrafortes, a partir do mar, vale o percurso.
Point da Neinha – Fica no bairro de Itacaranha, na localidade de Bete Estaca, e a melhor opção é de veículo próprio. O restaurante funciona no terraço, de onde se tem uma ampla vista da Baía de Todos os Santos e de todo o contorno do litoral interior do Subúrbio Ferroviário. É considerado o melhor camarão da região e em finais de semana tem lista de espera para almoço.
Cabana do Camarão – De todos, é considerado o mais sofisticado, com ambientação trabalhada sob as árvores. Fica defronte à Avenida Suburbana, no bairro de Itacaranha, com fácil acesso para caros e para quem usa o transporte público. Oferece a opção de pizza nos fins de tarde
Capitania do Camarão – Bem rústico, mas mantendo a mesma característica dos restaurantes da região. Comida farta, saborosa e barata. Sua principal característica é a variedade de camarões. Está ao lado de uma das mais antigas igrejas do Brasil, a de Nossa Senhora da Escada, que ainda mantém suas características originais, desde quando foi construída pelo principie Maurício de Nassau, durante a invasão holandesa no Brasil, na segunda década do século XVII (1624). Fica no bairro de Escada.
Pirão do Renato – A subida da ladeira de Santa Terezinha, saindo da Avenida Suburbana, entre os bairros de Escada e Itacaranha, compensa, para os que sabem garimpar uma boa comida baiana, sem perder a tradicional variedade da carne do sol com o pirão de aipim. O Pirão do Renato, assim como os demais, surgiu sem muitas pretensões, mas graças aos dotes culinários de sua cozinha, foi conquistando o público e além da ampla vista do alto da Baía de Todos os Santos, oferece pratos tradicionais de dar água na boca.
Boteco do Tomé -Além de ter as moquecas tradicionais, eles fazem Moqueca Vegetariana de Banana da Terra!! A Moqueca de Banana ficou famosa, e ainda vem acompanhada com pirão, farofa de beiju e arroz de coco. O boteco funciona de quinta a domingo, das 12h às 23h. Na praça principal da Praia de São Tomé.
SUBÚRBIO – O Subúrbio Ferroviário abrange 22 bairros onde moram 24,55% da população soteropolitana, ou cerca de 600 mil habitantes. Até 1970 o local era formado por lugarejos, comunidades tradicionais de pescadores e veranistas que aproveitavam a pesca farta e as belezas das praias e enseadas banhadas pelas águas calmas da Baía de Todos os Santos. A linha do trem da antiga Leste (Viação Ferroviária Leste Brasileiro), inaugurada em 1860, fez com que as pessoas conhecessem melhor esta outra parte de Salvador
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